Atualmente, estamos perplexos com os acontecimentos ocorridos nas escolas: desrespeito, bullying, agressividade, assassinatos, massacres.
A pergunta é sempre por quê? Como foi capaz de tal atitude?
As respostas devem ser sempre multifatoriais: social, familiar, orgânica, psicológica, sistêmica e até mesmo espiritual.
O foco, neste texto é a importância da adaptação atitudinal que todos da sociedade, precisam ter com urgência, para se construir uma sociedade mais justa, e consequentemente menos agressiva.
Usualmente, quando se fala em necessidades especiais, pensa-se em: deficiência física, mental, visual, auditiva e suas respectivas necessidades de equiparação de oportunidades.
Neste artigo, a atenção é para o aluno com alterações no comportamento, com ou sem dificuldades específicas de aprendizagem que normalmente são excluídos das escolas, centros esportivos, centros religiosos, enfim da sociedade, sempre com a mesma alegação: “Não estamos preparados”, “temos muitos alunos, como vamos dar atenção”, “ele dá muito trabalho”, “e se ele me agredir ou um colega”,“ o que os outros pais vão dizer”, “o lugar dele é em outra escola.”
A Equiparação de oportunidades, só pode ocorrer com mudança atitudinal dos educadores, colegas de classe, ou seja, todos do ambiente escolar.
As ações devem favorecer o acolhimento do indivíduo, para que se desenvolvam suas habilidades de relacionamento social, conhecimento e favoreça maior integração social e consequentemente a inclusão.
Abaixo apresentamos primeiramente modelos negativos de interação que provocam exclusão, desarmonia e sofrimento emocional a aquele que tem necessidade especial.
No segundo modelo indicamos formas adequadas de interagir com o “diferente” de modo que favoreça o bem estar de todos, com promoção da inclusão.
Solicitamos que se coloque no lugar do aluno e perceba, sinta e reflita como você se sente com as diferentes situações, bastante comum no ambiente educacional.
1. Considere que você tem uma limitação para escrever – displaxia
Leia em voz alta com atenção aos seus sentimentos e à sua alma, as seguintes afirmações:
• O professor diz:
Você não escreve direito, sua letra é horrível.
Não sei como chegou até aqui.
Deveria aprender a escrever.
Com esses erros ortográficos não leio, merece zero.
O que você sente, responde e faz?
R:
• O professor diz:
Se for melhor para você, escreva com letra de forma.
Pode usar o computador se for necessário.
Vi alguns erros ortográficos, vamos encontrar e corrigir.
Percebo que há coerência no que escreve.
O que você sente, responde e faz?
R:
2. Considere que você tem dificuldade de controlar seus impulsos e apresenta labilidade emocional
(transtornos de personalidade)
Leia em voz alta com atenção aos seus sentimentos e à sua alma as seguintes afirmações:
• O professor, o coordenador e os colegas dizem:
Você parece um louco, seu lugar é no hospício.
Vou quebrar sua cara, você vai aprender.
Você só trás transtorno neste grupo, aqui você não fica.
O que você sente, responde e faz?
R:
• O Professor, o coordenador e os colegas dizem:
Percebo que você está nervoso e algo esta doendo em você.
Não é desta forma que vai conseguir ser olhado e respeitado.
Acalme-se vamos lá fora e depois será aceito no grupo.
O que você sente, responde e faz?
R:
3. Você é pai/mãe de filho com necessidades especiais.
Leia em voz alta com atenção aos seus sentimentos e à sua alma as seguintes afirmações:
• O diretor, coordenador e o professor dizem:
Seu filho não pode ficar nesta escola, o que os outros pais vão dizer?
Seu filho não é bom exemplo para os demais colegas.
Temos que manter a reputação da nossa faculdade, seu filho não pode ficar nesta conceituada instituição.
Procure outro lugar para ele, aqui não será bom para ele.
O que você sente, responde e faz?
R:
• O diretor, coordenador e o professor dizem:
As necessidades especiais do seu filho esta ajudando a equipe rever o processo de ensinar, não é fácil, mas estamos caminhando com sucesso.
Não se preocupe se precisarmos pediremos ajuda.
Houve sim conflitos com os colegas, mas todos refletiram sobre o respeito e o valor de cada um, esta tudo bem agora, não se preocupe.
O que você sente, responde e faz?
R:
4. Considere que você é portador de necessidades especiais e está em sala de aula.
Leia em voz alta com atenção aos seus sentimentos e à sua alma, as seguintes afirmações:
• O colega diz:
Nossa como ele é esquisito!
Eu não faço grupo com ele.
Se ele se aproximar, saio correndo.
O professor “parece não escutar”
O que você sente, responde e faz?
R:
• O colega diz:
Pode contar comigo, não concordo com as atitudes dos outros colegas.
Percebo que está só posso ficar com você?
Tem coisas que você faz que eu não gosto. Pode parar?
• O professor diz:
Todos merecem respeito e oportunidades, aqui é o lugar que ele vai ficar, vamos fazer uma dinâmica: agora você se coloca na posição dele.
O que você sente, responde e faz?
R:
As relações humanas ainda estão calcadas na punição, no poder, no autoritarismo e consequentemente na violência psicológica. Os sintomas são diversos e podem ocorrer reações assustadoras.
Não podemos mais infringir as leis do amor, do relacionamento. É preciso ter respeito à diversidade, compaixão e não fazer para o outro o que não queremos para nós mesmo. Lei da atração.